Após o empate sem gols em Avellaneda (ARG), no jogo de ida, uma vitória simples poderia ter classificado o Santos. Mas após a derrota nos tribunais no "Caso Sánchez" por conta de uma escalação irregular na primeira partida das oitavas de final da Libertadores, o placar foi revertido em 3 a 0 para os argentinos e com o novo empate sem gols no Pacaembu, o Santos está desclassificado da Libertadores.
PARTIDA
Com todo o cenário existente desde a divulgação do resultado final do julgamento da escalação de Carlos Sánchez no jogo de ida da Libertadores, era totalmente favorável ao time argentino. O Torcedor até acreditava em mais uma virada histórica como em 1995, quando goleou o Fluminense por 5 a 2, no Pacaembu, após ter perdido por 4 a 1, no Maracanã, pela semifinal do Campeonato Brasileiro daquele ano. A torcida santista, até certo ponto acreditava que o resultado era reversível. Mas com tudo o que aconteceu nos bastidores ... Talvez não.
O jogo em si foi muito parelho. Diferente do jogo de ida, o Santos conseguiu finalizar para o gol e obviamente, precisava, pois precisava golear o time argentino para se classificar e entrou em campo com 4 atacantes (Rodrygo, Bruno Henrique, Derlis González e Gabriel). Já o Independiente entrou com 5 zagueiros (Figal, Brítez, Franco, Gastón Silva e Bustos). O Santos entraria mais ofensivo e o Independiente mais defensivo. Teoricamente, o Santos jogaria os 90 minutos no ataque e o "Rey de Copas" na retranca. Os visitantes jogariam os 90 minutos por UMA BOLA e o Santos por MUITAS ... O Santos teve sorte do árbitro não ter marcado pênalti de Lucas Veríssimo em cima de Meza, aos sete minutos do 1° tempo. Aos oito minutos, Gabriel recebeu o passe em profundidade, invadiu a área e chutou colocado. O goleiro Campaña fez bela defesa. O Santos continuava nervoso e, com pouca criação no meio-campo, já que começou a partida com quatro atacantes, pouco conseguia ameaçar a zaga argentina. Aos 31, Bruno Henrique finalizou colocado de fora da área, mas a bola foi fraca e ficou fácil para Campaña. Minutos depois, Carlos Sánchez deu lindo passe para Gabigol, que finalizou e parou em Campaña mais uma vez.
Mas a grande chance do primeiro tempo foi, de fato, do Independiente. Aos 43, em contra-ataque, Hernández recebeu livre na área, tentou driblar Vanderlei e acabou derrubado pelo goleiro. Na cobrança do pênalti, Vanderlei defendeu o chute do meia Meza com categoria. No 2° tempo, o Santos entrou disposto para fazer no mínimo o seu "gol de honra", para vencer no campo e ser o time "moralmente classificado" e entrou pilhado no começo da etapa final. Aos seis minutos, Victor Ferraz fez lindo cruzamento para Gabriel. Campaña antecipou e atrapalhou o atacante, que mandou para fora. Em seguida, em falta cobrada na área, Gustavo Henrique pegou de raspão, no susto, e mandou a bola para fora. Ao decorrer da partida, O Independiente fez como todo time sul-americano faz ao enfrentar um time brasileiro em uma Libertadores, Sul-Americana ou Recopa: catimbou até o fim. E como estava disposto a jogar por uma bola, esteve perto de conseguir esse feito aos 18 minutos, com Francisco Silva, que recebeu na entrada da área e finalizou forte, Vanderlei se esticou e mandou para escanteio. Na sequência, Gastón Silva, em uma cobrança de falta, quase surpreendeu o goleiro santista. O que parecia ter sido um espetáculo por parte da torcida santista, que lotou o Pacaembu em peso, virou uma grande decepção. Bombas sendo arremessadas das arquibancadas, cadeiras das numeradas sendo quebradas, invasão e confusão entre "torcedores" e policiais forçaram o árbitro chileno Julio Bascuñan encerrar a partida antes dos 45 minutos finais. Com o placar final em 0 a 0, a decisão iria para os pênaltis, mas com a decisão imposta pela Conmebol, o resultado do jogo de ida passou a ter como vencedor, o Independiente pelo placar de 3 a 0 e eliminou a equipe santista. Enquanto a diretoria santista promete acionar a FIFA para reverter a decisão imposta pela entidade sul-americana, o Santos deve focar todas as suas atenções no Campeonato Brasileiro. O Peixe enfrentará o Vasco no próximo sábado (01/09), no Maracanã, ás 19:00 (horário de Brasília).
Como todos nós sabemos, o resultado do jogo levaria a decisão para os pênaltis, caso o resultado do jogo de ida fosse mantido. Não dá para prever quem sairia vencedor nos penais, até porque pênalti é loteria, é sorte, não é possível prever, apenas torcer para que tudo dê certo para o seu time do coração. Mas na partida como um todo, a estratégia de jogo do Independiente foi mais eficiente do que a do Santos. Com ou sem vitória nos tribunais, a estratégia de jogo deles era a mesma, por estar jogando fora de casa.
Jogando em casa, percebemos que os "rojos" atacaram praticamente o jogo inteiro, o que o Santos deveria ter feito de maneira inteligente no jogo de hoje. Jogando fora, dependendo do resultado, eles jogam na retranca. Com o empate sem gols no primeiro jogo, é natural que seja um resultado traiçoeiro, pois qualquer empate com gols classificaria o Independiente. Com a vitória nos tribunais, qualquer empate servia e derrota por até dois gols de diferença ou até três, desde que fizesse um, classificação garantida para eles. Tendo o regulamento debaixo do braço, dá mais tranquilidade ou até mesmo a certeza de que o time estará classificado ou vencedor de um campeonato e que só resta esperar o tempo passar para comemorar. No lado do Santos, antes de toda essa palhaçada acontecer, treinou de um jeito e depois teria que jogar de outro. Se o Santos treinou no 4-4-2 (4-2-2-2, 4-3-1-2, 4-1-3-2 ou 4-1-2-1-2) ou no 4-3-3 (4-2-1-3 ou 4-1-2-3) por exemplo, não iria conseguir jogar no 4-2-4 da noite pro dia. A demora do resultado do julgamento foi mais uma palhaçada. Antes era pra ser divulgado ás 19:00 e depois ás 23:00 e depois, na manhã do dia do jogo. Se o resultado fosse divulgado na noite de ontem e realmente fosse o resultado que prejudicou o Santos, as coisas poderiam ter sido diferentes, o treinamento que o Santos fez ontem poderia ter sido feito de maneira diferente e se o resultado fosse mantido, todo o cenário que vimos no Pacaembu, também teria sido diferente. O Independiente conseguiu exatamente o que queria, pois além de ter "conquistado" o 0 a 0, que até certo ponto, um empate com gols classificaria eles, conseguiram a vitória no tapetão, "a lá Fluminense" e isso mexeu com o lado psicológico dos jogadores do Santos, que ao invés de jogar por uma vitória simples, teria que jogar por uma goleada. E como o Santos passaria o jogo inteiro com pressa, os visitantes tiraram proveito disso e catimbaram até o fim. Só não tiveram uma vantagem ainda maior, mais confortável e que já daria a certeza da classificação antes do final da primeira etapa, porque Vanderlei defendeu com maestria, a cobrança de Meza e até certo ponto, manteve vivo o sonho santista. Com as entradas do Bryan Ruiz e Jean Mota, o time teve até uma certa melhora, mas não o suficiente para furar a retranca argentina. O Pituca foi muito bem jogando na lateral-esquerda, não sentiu a pressão e pode jogar lá mais vezes quando for necessário. Bambu não comprometeu e Bryan deu qualidade e fluidez ao meio-campo, mas infelizmente não foi o suficiente; e vale ressaltar que ele ainda está sem ritmo de jogo e mesmo assim, tem visão de jogo.
O Santos dentro de campo, fez uma partida boa defensivamente em Avellaneda, e em São Paulo, foi um pouquinho melhor ofensivamente, até porque pelo menos, conseguiu chutar no gol adversário. O Santos tentou conseguir marcar os gols que precisava, mas a Conmebol consegue ser tão mafiosa quanto a CBF. Como é possível que tenham adiado o resultado do julgamento para a manhã do dia do jogo ? Parece que tudo estava planejado. Sabiam que aquilo prejudicaria (e prejudicou mesmo) o time psicologicamente, e o que de fato ocorreu, um resultado praticamente irreversível, não foi revertido. Caso o resultado fosse divulgado na noite de ontem, talvez o lado psicológico do time seria diferente. Assim como os times cariocas dominam a CBF, os times argentinos e a AFA dominam a Conmebol. Sempre que tem um caso como esse e um time brasileiro está envolvido, é punido e um time argentino é absolvido. O próprio River Plate, que escalou o meio-campista Zucullini irregularmente por SETE VEZES nesta competição, não foi punido, apenas multado. É impressionante. E toda essa bagunça, palhaçada, sacanagem e tudo quanto é nome que você está lendo pode chamar essa merda que a Conmebol fez. Até o julgamento do Chaves quando matou o gato do Quico com a bicicleta é mais sério do que esse julgamento do Caso Sánchez. O mais bizarro é que se a punição foi em 2015, pela Copa Sul-Americana, porque só agora, pela Libertadores de 2018, é mencionado ? Será que a CBF não notificou o clube antes mesmo do time fechar o negócio ? Não sei. Será que o departamento jurídico do Santos é tão ruim assim ? Talvez. Mas o ponto é: se o cara realmente não estava apto para jogar, então porque constava no sistema que estava disponível para jogar ? Ou era falha do sistema, em que induziu o Santos ao erro; ou a imagem divulgada não passava de uma montagem ou algum membro do departamento jurídico do time sabia da situação e não disse nada para ninguém. Não vou nem entrar em detalhes sobre a confusão que aconteceu no final do jogo, mas isso é inadmissível. É até compreensível a revolta do torcedor, mas não é justificável. O clube pode até ser punido por isso. Se eventualmente não for punido e jogar longe de casa, pode até ser punido jogando com os portões fechados.
FICHA TÉCNICA
SANTOS FC 0 x 0 INDEPENDIENTE
Local: Estádio Paulo Machado de Carvalho (Pacaembu), em São Paulo (SP)
Data: 28 de agosto de 2018 (terça-feira)
Horário: 19h30 (de Brasília)
Árbitro: Julio Bascuñan (CHI)
Assistentes: Carlos Astroza (CHI) e Claudio Rios (CHI)
SANTOS FC: Vanderlei; Victor Ferraz, Gustavo Henrique, Lucas Veríssimo (Robson Bambu) e Diego Pituca; Alison (Jean Mota), Carlos Sánchez e Rodrygo; Derlis González, Bruno Henrique (Bryan Ruiz) e Gabriel. Técnico: Cuca
INDEPENDIENTE: Campanã; Figal, Brítez, Franco e G.Silva; Bustos, F.Silva, Hernández e Romero; Gigliotti e Meza. Técnico: Ariel Holan
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