sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Conmebol anuncia final da Libertadores em jogo único a partir de 2019



Conmebol anuncia final da Libertadores em jogo único a partir de 2019
Este ano será o último com a decisão jogada em duas partidas

A Conmebol anunciou nesta sexta-feira que a final da Libertadores passará a ser disputada em jogo único a partir de 2019. A edição deste ano será a última com decisão em duas partidas. A medida foi aprovada por unanimidade pelo conselho da entidade.

O estádio será escolhido pela Conmebol com antecedência, e a previsão é de que a final seja sempre num sábado em horário nobre, nos mesmos moldes do que acontece na Liga dos Campeões. A ideia é que cada finalista receba US$ 2 milhões (o equivalente a R$ 6,46 milhões, na cotação desta sexta), mais 25% da receita da bilheteria - os times não terão gastos com a organização.

- Mais que uma partida, este será um grande evento esportivo, cultural e turístico que trará grandes benefícios para o futebol sul-americano, seus clubes e seus torcedores. Esta emocionante alteração oferecerá um espetáculo desportivo de classe mundial e uma melhor experiência em casa e no estádio. Em termos de desenvolvimento, projetamos maiores receitas para o torneio e para os clubes finalistas, assim como uma maior projeção do futebol sul-americano e da Conmebol a nível global - explicou o presidente Alejandro Domínguez no site oficial da entidade.

Ainda segundo o comunicado emitido pela Conmebol, a decisão foi tomada "após análise rigorosa de diversos estudos técnicos preparados por consultores especializados," com o objetivo de potencializar torneios. A entidade destaca aspectos como a justiça desportiva, a emoção do espetáculo, a organização e a segurança do evento, a infraestrutura desportiva do continente e a comercialização dos direitos audiovisuais e de mercado da Libertadores.

De todas as notícias sobre futebol que eu esperava, essa era a última. Parece que a Conmebol está fazendo questão de acabar com o torneio que ela própria criou. Não sou contra mudanças, até porque eu apoiei quando o torneio passou a ser disputado durante 1 ano inteiro e não mais por 6 meses e na realização de um sorteio para definir os confrontos das oitavas de final, mas jamais apoiaria uma decisão como essa, sem consultar as federações que fazem parte da Conmebol. Em termos de infraestrutura e logística, por exemplo, não temos estrutura o suficiente para ter uma final em jogo único e em CAMPO NEUTRO. Imaginem a possibilidade de acontecer uma final entre Nacional x Peñarol em Quito, no Equador, Boca Juniors x River Plate no Maracanã ou até mesmo Santos x Atlético Nacional (COL) em Caracas, na Venezuela ou em Santiago no Chile. "Ah, mas na Europa a final é em jogo único e campo neutro e mesmo assim, as duas torcidas lotam o estádio" ... Sim, é verdade.Mas a diferença é que lá, os europeus tem o que nós, sul-americanos não temos: infraestrutura e logística. Como é comum as pessoas se locomoverem de trem de um país para o outro em apenas 1 dia e as passagens de avião não são tão caras, eles conseguem unir o útil ao agradável, já aqui na América do Sul não tem essa possibilidade de sair do Brasil e ir para outro país do mesmo continente de trem e voltar no mesmo dia; e para isso é necessário viajar de carro ou avião, o que impossibilita que um cidadão comum, que trabalha, estuda de ir a final com sua família, seus filhos, seus amigos, pois além das passagens de avião e reservas de hotel custarem muito caro, o preço do ingresso também custará muito mais caro. "Ah, mas o Santos conquistou sua primeira Libertadores em campo neutro, em Buenos Aires, na Argentina, contra um time uruguaio, o Peñarol." Sim, é verdade. Mas isso só aconteceu por causa da confusão no segundo jogo, em que o árbitro Carlos Robles não avisou ninguém que havia encerrado a partida aos 15 minutos da segunda etapa e deu sequência por "medidas de segurança", após ser atingido por uma garrafa d'água, que foi arremessada por torcedores uruguaios e, se não fosse por isso, a partida teria terminado em 3 a 3 e com o resultado do jogo de ida: 2 a 1 em Montevidéu, o Santos teria sido campeão e não haveria necessidade de haver um terceiro jogo. "Ah, mas a final da Champions League é em jogo único e campo neutro e isso é tradicional por lá". Ok, final em jogo único e campo neutro na Champions League é tradicional, mas finais em dois jogos (ida e volta), é tradicional na Libertadores, e a tradição teria que ser mantida. Se a final fosse em jogo único, mas no campo do time com melhor campanha ou melhor colocação no Ranking da Conmebol, faria mais sentido e talvez eu apoiaria, mas não é o caso.

O único interesse que vejo nisso é financeiro, pois os dirigentes da Conmebol viram isso em primeiro lugar e não pensaram naquilo que sempre manteve o charme da Libertadores, que é justamente a final em dois jogos. Hoje é a Libertadores, depois é a vez da Sul-Americana, depois a Recopa, até não existir mais nenhum torneio para o torcedor apaixonado pelo seu time e pelo esporte prestigiar. Imagina como seria se nenhuma das duas torcidas dos times que se classificarem para a final não comparecessem ao estádio à partir de 2019, como forma de protesto ? Será que os dirigentes voltariam atrás ? Não sei, é muito improvável, afinal de contas, o torcedor sul-americano tem um jeito de torcer diferente do torcedor europeu. Enquanto o europeu é mais racional, o sul-americano é mais passional, pois existem alguns indivíduos que fazem qualquer loucura para acompanhar seu time do coração.

Outra razão por ser contra essa mudança é que se o Santos não chegar na final da Libertadores desse ano, que será a última com dois jogos, nunca mais realizarei o meu sonho de ir assistir uma final de Libertadores. Por ser muito jovem e não poder frequentar os estádio sozinho, eu não compareci na final de 2011 contra o Peñarol e, ao mesmo tempo que me deixa feliz ter visto o Santos campeão da Libertadores antes de todos os corintianos, ao mesmo tempo me entristece, pois eu não estava lá para prestigiar e, se eu não estava lá para prestigiar, não poderei contar aos meus futuros filhos, netos, bisnetos e para as próximas gerações de santistas que surgirão em minha família, sobre a sensação de ver o Santos campeão de algum torneio, como o Brasileiro de 2002 e 2004, o tricampeonato paulista de 2010,2011 e 2012, o tri da Libertadores de 2011, a Copa do Brasil de 2010, pois eu não estava lá. Acredito que uma criança e/ou um adolescente ficaria mais entusiasmado em ouvir uma história em que essa pessoa que está contando vivenciou, que é totalmente diferente de um livro, uma revista, uma reportagem de um jornal, uma matéria na internet, um documentário na TV, etc. Tudo o que tenho para contar e repassar para as próximas gerações, está nos pôsteres, revistas, jornais daquela época e também videos completos dos jogos em que o time foi campeão e DVD's, inclusive. Cenas como essas que o torcedor santista lotou o Morumbi na final de 2003, sendo o maior público do estádio no Século XXI (e depois dizem que não temos torcida, imaginem se tivéssemos) e na final de 2011, que a torcida santista fez uma grande festa e teve a felicidade de poder acompanhar de perto, o Santos jogando bem, vencendo bem o time do Peñarol e ver o time erguendo a Taça. Independente de como esteja a fase do time, o elenco e como está jogando, se quisermos ver o time na final da Libertadores desse ano, vamos torcer para isso acontecer, e se isso acontecer e quem tiver a oportunidade de ir acompanhar o time na final, vá, pois é oportunidade única e isso não pode ser desperdiçado.












#riplibertadores

*1960
+ 2018

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