quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Ánalise: Santos 2x1 Internacional e Internacional 2x0 Santos - Copa do Brasil 2016 - Quartas de Final



Infelizmente, a tão esperada classificação para as semifinais da Copa do Brasil de 2016 não aconteceu e o Santos perdeu não só para o Internacional, como também para o próprio Santos, porque o futebol apresentado na partida de ontem e principalmente durante a segunda etapa, mostrou que um time apático e sem aparentemente sem disposição, nunca vai conseguir se classificar para qualquer torneio, mesmo que precise de apenas um gol, uma vitória ou um empate para isso. Nessa análise, estão as duas partidas dos confrontos entre Santos x Internacional pelas quartas de final da Copa do Brasil de 2016. Ailon e Eduardo Sasha tiveram a felicidade de marcar o gol para a equipe gaúcha. Agora o Santos enfrenta a Chapecoense no próximo domingo, em Chapecó, pelo Brasileirão.



1º PARTIDA

Na quarta-faira (28/09/2016), o Santos saiu na frente do Internacional vencendo por 2 a 1, na Vila Belmiro, com esse resultado, o time pode jogar pelo empate para conseguir a classificação.Pra mim, a classificação ainda não está garantida, não apenas por conta do resultado obtido na partida de quarta-feira, como também pelos desfalques que o Santos tem, e consequentemente, pelo desempenho que o Santos está apresentando desde a derrota para o Sport; nem o torcedor mais fanático confirma a classificação do time e nem o torcedor mais pessimista esperava tomar um gol na 1º partida em casa em um torneio de mata-mata, assim como aconteceu na partida contra o Vasco, quando estava com a vantagem "assegurada", mas sofreu o gol no final. Mas dessa vez foi diferente, o Santos não fez três gols, fez dois e sofreu um, isso significa que se perde por 1 a 0, já era. isso significa que o Santos precisa jogar para buscar a classificação, e não administrar o resultado como fez contra o Vasco, já que a vantagem contra os cariocas era teoricamente melhor do que a vantagem contra o Internacional, mas não deixa de ser uma vantagem.


Durante os primeiros 45 minutos de partida, o Santos mais se livrou da bola do que chutou, porque a maneira que o Santos finalizava as jogadas, dava impressão de que além dos desfalques do Vitor Bueno e do Ricardo Oliveira, que com a ausência deles, o time perde força na precisão do chute a gol, o time parecia que estava "indisposto" a inaugurar a partida contra o fraquíssimo inter, porque quando disputa uma partida contra uma equipe que está em má fase, em um torneio de mata-mata, e essa partida é em casa, a obrigação é de vencer pelo maior número de gols possíveis, e não sofrer um gol, caso contrário, a tendência é que a situação fique mais difícil.

O Santos foi o time que mais finalizou durante o 1º tempo, porém, sem objetividade; poucas finalizações foram realmente chances claras de gol, como o chute de longe do Lucas Lima, que mais uma vez, está chamando a responsabilidade, e mesmo tendo a obrigação de golear o time fraco do Internacional, era muito difícil entrar na área defensiva adversária, já que Celso Roth sempre priorizou equipes mais defensivas, esperando um erro do Santos para jogar no contra-ataque, ou apostando na bola parada.

Veio o 2º tempo, e aconteceu a mesma coisa, o Santos continuava finalizando mais, e o Internacional continuava marcando forte, mas não era marcação sob pressão, e sim na retranca, o Internacional veio para aquele jogo "visando perder de pouco", segurar o 0 a 0 e tentar resolver em Porto Alegre ou buscar um gol em uma jogada de contra-ataque ou em uma jogada de bola parada para tentar "sobreviver" na competição, mesmo que seja por apenas 90 minutos.


Quando um time tecnicamente mais ofensivo joga contra uma equipe tecnicamente mais defensiva, o único jeito de chegar ao gol adversário, é recebendo a bola, e jogar pelas pontas, e o gol do Copete, veio com uma jogada iniciada pela ponta esquerda, iniciada pelo Lucas Lima, com assistência do Zeca e com finalização do Copete, que inaugurou o placar, 1 a 0. E a jogada do 2º gol também foi iniciada pelas pontas, dessa vez pela ponta direita, com participação ativa do lateral Zeca, do lateral Victor Ferraz, que fez uma ótima assistência para o gol de Rodrigão, que mesmo tendo suas limitações. cumpriu e muito bem o seu papel: ou é empurrar a bola pra rede e fazer o gol, disputado cada jogada sem medo de errar, ou fazendo o pivô para que os outros atletas que vem de trás para finalizar, 2 a 0 para o Glorioso Alvinegro Praiano.


Parecia que estava tudo resolvido, mas não para os gaúchos, que mesmo perdendo por 2 a 0, continuavam apostando no contra-ataque e na bola parada, e após falta desnecessária na entrada da grande área, e com um desvio do Seijas, o Inter conseguiu o que queria, "o gol de honra" através de uma jogada de contra-ataque ou de bola parada. A princípio, a bola poderia ter ido pra fora, mas com o desvio do jogador colorado, a trajetória da bola foi alterada, e o goleiro Vanderlei. que mais uma vez, vem salvando o bicho, não teve o que fazer, e o pior aconteceu. 2 a 1.



2º PARTIDA


Que o Santos perdeu a vaga para a semifinal da Copa do Brasil, isso todos nós sabemos. Se tivesse perdido a vaga para uma equipe tecnicamente mais forte e o Santos tivesse jogado a partida de igual pra igual, a derrota poderia ser compreensível por grande parte da torcida, mas como perdeu para um time que luta contra o rebaixamento e que utilizou 8 reservas, jogando um futebol muito abaixo do esperado, com certeza deixou os santistas muito frustrados com o time.


Antes mesmo de começar o jogo, o Santos já havia perdido com o desfalque de Vitor Bueno, que se lesionou de novo, de Jean Motta que não pôde jogar, por ter disputado a Copa do Brasil pelo Fortaleza, a não relação do meia argentino, Emiliano Vecchio, a escalação de Paulinho como titular e as entradas de Rafael Longuine e Joel durante a partida. Os primeiros 10 minutos de partida davam impressão de que o time "retranqueiro" do Internacional montado por Celso Roth parecia o time "ofensivo" do Santos montado por Dorival Júnior, e o time "ofensivo" do Santos do técnico Dorival Júnior parecia o time "defensivo" do técnico Celso Roth, porque com a derrota por 2 a 1 na primeira partida, bastava um gol e o Inter se classificava ou pior, bastava sofrer um gol, e o Santos seria eliminado e poderia se desestabilizar emocionalmente durante a partida, ainda mais se o gol do time gaúcho saísse aos 10 minutos de partida, após um escanteio bem cobrado por Alex e Ailon subiu mais que os nossos atletas e inaugurou o placar para os colorados. 1 a 0.

Foi com Lucas Lima e Ricardo Oliveira, as melhores chances que o Santos teve para empatar ou até mesmo virar a partida e que poderia ter mudado a história do jogo. Poucos minutos depois de ter sofrido o gol, Lucas Lima chuta colocado, mas Danilo Fernandes foi mais feliz e defende; o meia santista ainda fez um ótimo cruzamento para Ricardo Oliveira, mas o goleiro da equipe gaúcha defendeu e o Internacional continuava com a vantagem que precisava, e o Santos continuava apático.



Ernando mandou uma bola na trave após uma cobrança de escanteio no 2º tempo, mas o segundo gol do Internacional seria uma questão de tempo, e como a partida estava no fim e o Santos marcasse um gol, mesmo que de forma "milagrosa", porque o elenco e a qualidade técnica que o time possui, permitiria essa possibilidade, mas como o rendimento do Santos estava muito abaixo do esperado, seria realmente de forma "milagrosa" que o Santos marcaria um gol e se classificaria; se sofresse o segundo gol, com certeza o time ficaria muito mais desestabilizado do que já estava, pois as entradas de Rafael Longuine no lugar de David Braz e Joel no lugar de Paulinho, não surtiram efeito, e o Santos teria que fazer um gol para levar para os pênaltis e dois para se classificar, mas as condições em que o Santos se encontrava, impossibilitaram isso, e o Inter fez o segundo gol em uma jogada de contra-ataque.2 a 0.

A derrota para o time fraco do Internacional, que luta contra o rebaixamento, e atuou com 8 reservas, desempenhando um futebol muito apático, e o empate no último domingo na Vila Belmiro contra o time reserva do Grêmio, deixaram os santistas frustrados com a eliminação na Copa do Brasil e preocupados com o destino do Santos no Campeonato Brasileiro, porque com os resultados dos jogos entre Figueirense x Palmeiras, Internacional x Flamengo e a anulação do Fla-Flu, não só impediram o Santos de entrar no G-3 e tentar garantir a vaga direta na fase de grupos da Libertadores, como também, diminuíram as chances de conquistar o título, e que só poderão aumentar, caso o Santos vença os confrontos diretos contra Palmeiras (casa) e Flamengo (fora), que os três primeiros colocados (Palmeiras, Flamengo e Atlético-MG) tropecem e o Santos continue vencendo até a última rodada, o que além de ser muito difícil, é também, improvável.



Muitos santistas criticaram o mal desempenho, a escalação e as substituições feitas pelo técnico Dorival Júnior, que não surtiram efeito; e também criticaram o fato de o técnico santista não ter relacionado o meia Emiliano Vecchio, que com certeza seria um jogador muito importante e que poderia ter mudado a história da partida, já que Jean Motta não poderia jogar a partida de ontem por ter disputado a competição por outro clube (Fortaleza). Sabíamos que Copete, que é um bom jogador, estava muito abaixo e Paulinho, estava péssimo, e o ideal seria substituir-los antes do 2º tempo. Mas se tirasse um deles, quem iria entrar ?
Depende da situação em que o time se encontrava na partida, porque se estava perdendo, e precisava chegar mais rápido ao gol adversário e precisava criar mais jogadas de gol e ganhar mais movimentação, as entradas de Walterson, Vecchio e Vitor Bueno seriam necessárias; como Vecchio não foi relacionado e Vitor Bueno está lesionado, a entrada do atacante Walterson seria a melhor opção para a ocasião. E as opções para dar mais movimentação ao meio-campo eram Rafael Longuine e Léo Citadinni. Léo Citadinni é aquele atleta que para, olha e toca, assim como Vecchio, mas se movimenta um pouco mais, e melhorou muito nessa temporada; a outra opção seria Rafael Longuine, que além de se movimentar mais do que Citadinni, também é mais veloz do que seu companheiro de posição. Por um lado, a entrada de Longuine foi necessária, mas a saída de David Braz foi desnecessária, pois com a saída de um zagueiro para a entrada de um meia-atacante, tem como objetivo: atacar mais, mas o risco de sofrer um contra-ataque e não ter alguém para marcar. A entrada de Longuine poderia ter acontecido no lugar de Copete, que não estava fazendo uma boa partida e a saída de Paulinho era necessária, e a entrada de Walterson no lugar do mesmo também, pois o Santos ganharia mais velocidade, e a entrada de Joel o Santos perdeu mais velocidade, pois além do atacante camaronês ser um pouco mais lento do que Paulinho, ele é mais finalizador, e não velocista.

A terceira substituição poderia ter acontecido se tivesse tirado Thiago Maia e colocado Yuri, pois além do volante titular não estar rendendo desde que retornou dos Jogos Olímpicos, o reserva está querendo mostrar serviço, sabe jogar em diversas posições, tem mais liberdade de jogo e é tecnicamente mais ofensivo do que Thiago Maia. Mas a entrada de Rodrigão no lugar de Zeca, tinha como objetivo: colocar mais um atacante para ir para o tudo ou nada. Teoricamente, é uma boa iniciativa, pois você precisa fazer o gol o mais rápido possível, e quanto mais jogadores no ataque, melhor, mas a saída do Zeca fez com que surgisse mais um buraco no time santista; e Zeca foi um dos poucos jogadores que fizeram uma atuação consistente na partida, junto com Lucas Lima, que foi o único que chamou a responsabilidade e criou jogadas de gol, principalmente no 1º tempo;

Sabemos que as substituições realizadas pelo Dorival Júnior não surtiram efeito, sabemos após sofrer um gol do Internacional nos primeiros 45 minutos de partida mudaram todas as expectativas da torcida, sabemos que o Santos teria muito mais dificuldades do que no 1º jogo, em Santos, mas a diferença, é que o Santos estava enfrentando um time que está desesperado na luta contra o rebaixamento, e precisava fazer o resultado, e o Internacional jogou da maneira que deveria jogar diante do Santos, que é apostar na forte marcação, jogadas de conta-ataque, bola parada, ou seja, eles jogaram do jeito certo; já o Santos deveria ter entrado com uma postura mais ofensiva, e não mais acomodada, embora tivesse mais posse de bola, o Santos não tinha objetividade, e as poucas chances claras de gol do Santos não só no 1º tempo, como também na partida inteira, deveria ter entrado com uma postura mais ofensiva do que de costume, porque se continuar tocando a bola diversas vezes para atrás, com certeza vai deixar o adversário gostar mais do jogo, e quando isso acontece, o time não consegue jogar. Quando vai enfrentar uma equipe taticamente mais defensiva, o jeito é receber a bola, correr, partir pra cima do adversário e fazer os gols, e o Santos não fez isso, o Santos se omitiu demais durante o jogo, principalmente no 2º tempo; nem o torcedor mais pessimista imaginava que a eliminação seria da forma que foi.

Eu tenho certeza que toda vez que o time perde, o técnico mexe errado ou empata, o time é muito ruim, o técnico não presta, tem que mandar embora ... Mas se mandar o Dorival Júnior embora, o Santos vai contratar quem ? Vanderlei Luxemburgo, que apesar do passado vitorioso no Santos, está desatualizado, e até hoje não criou uma nova tática que funciona e não conquista um título importante há muito tempo ? O Cristovão Borges que não durou 3 meses no Corinthians e enfraqueceu o setor defensivo do time que treinou e poderia enfraquecer ainda mais o nosso já criticado setor defensivo ? Roger Machado que embora tenha saído com bons números do Grêmio, tem uma proposta de jogo mais defensiva ? Mesmo com os resultados ruins e o rendimento duvidoso, ainda acredito que Dorival Júnior é o técnico ideal para treinar o Santos, porque ele foi o único que estava disponível quando nós precisávamos de um técnico e é o único técnico que se assemelha com o "DNA Ofensivo" do time, coisa que dificilmente o Santos encontrará no mercado da bola. Dorival Júnior errou na escalação do time e nas substituições, isso é fato, não tem o que discutir, mas lembre-se que se ele não tivesse voltado, o Santos poderia não estar aonde está agora, pois o Santos ainda pode se classificar diretamente para a Libertadores pelo G-3, e ainda tem chances.


VAI PRA CIMA DELES SANTOS !

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