segunda-feira, 1 de abril de 2019

Análise: Corinthians 2x1 Santos - Campeonato Paulista 2019 - Semifinal - Jogo de Ida

Em jogo marcado por falhas e falta de criatividade, Santos é derrotado pelo Corinthians em Itaquera, por 2 a 1

O jogo de volta está marcado para a próxima segunda-feira (08/04), no Pacaembu

PARTIDA

Após se classificarem dos confrontos contra o Red Bull Brasil e Ferroviária, respectivamente, Santos e Corinthians realizaram o jogo de ida das semifinais do Campeonato Paulista. Pela outra semifinal, Palmeiras e São Paulo empataram em 0 a 0, no Morumbi, no último sábado (30/03). O jogo de volta está marcado para o próximo domingo (07/04), ás 16:00 (horário de Brasília), no Allianz Parque. O Santos teve os retornos de Derlis González, Cueva e Soteldo, mas com os desfalques de Gustavo Henrique e Eduardo Sasha, lesionados.

O jogo mal começou e aos dois minutos, Sornoza cobrou falta e Manoel conseguiu desviar de cabeça e inaugurou o placar em Itaquera. 1 a 0. Não demorou muito para o Santos empatar o jogo. Cinco minutos depois, também em um lance de bola parada, Jean Mota cobrou escanteio, Cássio falha e a bola sobrou para Derlis González, que apareceu livre para cabecear e empatar a partida. 1 a 1. A partir daí, o clássico estava equilibrado, com chances de gol para os dois lados. Pelo lado corintiano, Sornoza cruzou para Henrique, que cabeceou para fora. Na sequência, Gustavo recebeu na intermediária e lançou para Clayson, que cruzou para Vagner Love, mas Victor Ferraz impediu o gol do rival. Pelo lado santista, Jean Mota e Derlis González tabelaram pelo lado esquerdo e o meio campista bateu forte na entrada da grande área, assustando o goleiro Cássio, mas a bola foi por cima do gol, para alívio dos donos da casa. O Santos até estava melhor do que o rival, até que Luiz Felipe errou duas vezes ao cabecear a bola e Clayson aproveitou a sobra e cortou pra cima de Victor Ferraz e bateu cruzado e deixou o rival na frente outra vez. 2 a 1. O time santista sentiu o gol e também o choque entre o zagueiro Felipe Aguilar e o lateral-esquerdo do Corinthians, Danilo Avelar, pouco antes do final da primeira etapa. O zagueiro santista ficou desacordado e precisou ser retirado de campo de ambulância. O zagueiro foi substituído por Lucas Veríssimo. O Santos voltou para a segunda etapa com Rodrygo em campo. O atacante entrou no lugar de Cueva, para dar mais ofensividade ao Santos, mas mesmo assim, não conseguiu jogar. Os 45 minutos finais foram muito sonolentos e não teve tanta movimentação como os 45 minutos iniciais. Mas o Corinthians teve a melhor chance da segunda etapa. Aos 14, Clayson deu um chute de bicicleta na intermediária, Vanderlei defendeu, mas no rebote, Vagner Love quase aproveitou a falha do goleiro santista, que conseguiu evitar o terceiro gol com um tapa na bola. Depois disso, o Corinthians, que correu muito durante a primeira etapa, cansou e não tentou mais nada, pois já havia feito o que precisava e do jeito que precisava: esperar o Santos falhar para fazer o gol e esperar o tempo passar. Já o Santos, mesmo com as entradas de Rodrygo e Soteldo, continuou totalmente neutralizado e precisará vencer por uma diferença de dois gols no jogo de volta, na próxima segunda-feira (08/04), ás 20:00 (horário de Brasília), no Pacaembu, para se classificar para a final. Se devolver o placar de um gol de diferença, a decisão será nos pênaltis. O Corinthians joga pelo empate. Na quinta-feira (04/04), o Santos jogará contra o Atlético-GO, pelo jogo de ida da 3° Fase da Copa do Brasil, no Estádio Antônio Accioly, em Goiânia, ás 19:15 (horário de Brasília).

ANÁLISE

Se tem uma coisa que todo mundo percebeu no clássico é que falta comunicação entre o goleiro e o restante do time. O que originou o segundo gol do Corinthians, não foi apenas falha do Luiz Felipe, mas do Vanderlei e do Victor Ferraz também. Primeiro: Vanderlei poderia ter falado para o Luiz Felipe não cabecear, pois a bola iria na direção dele, mas como cabeceou, Luiz Felipe deveria ter feito o recuo de cabeça  para o Vanderlei, que poderia ter ficado com a bola nas mãos. Mas como jogou a bola praticamente nos pés do atacante deles, advinham como aconteceu o segundo gol deles ? Exatamente da mesma forma como sofreu o gol na derrota para o Novorizontino: Victor Ferraz oferecendo o pé bom do atacante adversário (o pé direito), usando o seu pé ruim (o pé esquerdo) e com a "clássica" mãozinha pra trás. Quando eu vi isso, eu pensei: "Já era. Não tem mais volta". No primeiro gol deles, se haviam três jogadores do Santos próximos do Manoel, como é possível que nenhum deles conseguiu evitar que o zagueiro deles ficasse livre de marcação para fazer o gol ? Tá certo, o lance veio de uma bola parada, onde é 50% de chance para cada lado. Mas isso não pode acontecer, ainda mais em uma defesa alta como a do Santos. Se houveram falhas no sistema defensivo do Santos, quando aconteceram os gols do Corinthians, também houve falha do Corinthians no gol do Santos. Quando o Cássio foi "caçar borboleta", o Fagner só olhava a bola, mas não olhou pro González, que apareceu livre, nas costas dele e fez o gol. Esse que é o lateral da Seleção Brasileira ? Esse que é o goleiro que foi pra copa e foi reserva do Allison ? Ainda não consigo acreditar que isso aconteceu. Depois que o Santos empatou o jogo, pensei que o Santos tinha condições de virar o jogo, mesmo atuando fora de casa, contra o time do Corinthians, que tinha apenas a sua torcida no estádio. O Santos conseguiu equilibrar o jogo, mas depois que sofreu o segundo gol, sentiu o baque e depois que o Aguilar ficou desacordado, parece que o time ficou muito inseguro dentro de campo. É como se eles estivessem mais preocupados com o estado de saúde do Aguilar, do que com o jogo em si. Graças à Deus, o Aguiar está bem, já recebeu alta e se tudo ocorrer bem durante a semana, ele jogará na segunda-feira. Outra coisa que me deixou intrigado é que o Santos abriu mão da técnica e disciplina, como diz o hino e foi para o desespero: bola lançada para o ataque e adivinhem ... Com Soteldo no ataque ! Como é que vão fazer lançamento pra área, se a defesa do Corinthians estava totalmente recuada ? Como é que terão a ousadia de fazer isso com um jogador de 1,60 ? Isso só pode ser uma coisa: desespero ! Parecia o time do Jair Ventura, que mesmo sendo um time meia-boca, conseguiu não perder para o Corinthians. Eu espero que todos os problemas que aconteceram ontem, sejam corrigidos no jogo de volta. Outra coisa que me irritou foi o erro de posicionamento do Rodrygo e do González. O González joga bem, tanto do lado esquerdo (que foi de lá que saiu o gol do Santos), quanto do lado direito. Já o Rodrygo, só pelo lado esquerdo. Se o Sampaoli tivesse mudado o posicionamento dos dois, acredito que o Santos poderia ter produzido mais e se o González joga pelo lado direito, existe a possibilidade de tabelar com o Sánchez, e o Rodrygo poderia ter criado mais. Não adianta nada colocar jogadores de drible, de velocidade se errar no posicionamento deles. Eu via os erros do Vanderlei, como por exemplo: a demora para bater o tiro de meta e ele conseguiu tomar um cartão amarelo aos 13 minutos de jogo, no 1° tempo. Parecia que ele estava fazendo cera. Comunicação com o restante do time, que coincidência ou não, foi o que originou o segundo gol do rival. Eu falei pro meu pai: "Éverson pede passagem". Meu pai respondeu: "Se o Éverson virar titular, ele não sai mais". Como o Santos tem dois goleiros do mesmo nível, eu penso que existem jogos em que o Vanderlei tem que jogar e tem jogos em que o Éverson tem que jogar. Nos três últimos jogos da fase de classificação, em que o Santos já estava classificado, eu acho que o Éverson deveria ter jogado e nos clássicos disputados fora de casa, como os dois jogos contra o Corinthians, na Arena, pelo estadual. Nas poucas vezes em que o Éverson jogou, ele não decepcionou e em um destes jogos, foi um clássico contra o Palmeiras, fora de casa. Ele literalmente fechou o gol e acho que ele vai conseguir a titularidade mais cedo ou mais tarde. Alguns jogadores até criticaram o estado do gramado da Arena, de que estaria ruim, de que prejudicou o estilo de jogo do Santos e que até os próprios jogadores do Corinthians criticaram. Pode até ser verdade, mas isso não é desculpa. Podemos até pensar: "falta um centroavante, e de preferência que tenha acima de 1,80 ou 1,90". Mas como não temos um centroavante de alto nível, para ser titular, só temos Felippe Cardoso e Yuri Alberto, que tem mais de 1,80, mas que ou são jogadores grossos, meia-boca, que só compõem elenco, ou que são jovens demais e que o técnico os escala com cautela, para não queimá-los. Entre os dois, eu prefiro o Yuri Alberto, pois ele não é o tipo de centroavante "paradão". Ele se movimente mais e quanto ao Felippe Cardoso, ele é grosso e ao invés ficar na área e empurrar a bola pra rede, que é o que um centroavante deve fazer, ele sempre volta para buscar a bola, que é a função de um falso 9. Mas como citei: se precisa de um centroavante de alto nível, e que tenha mais de 1,80 ou 1,90 e não tem, precisa criar um esquema que o Santos consiga jogar sem um jogador desse e que não dependa tanto de um jogador com esse, jogando contra um adversário que joga muito recuado, que é o caso do Corinthians. Eu acho que o Sampaoli tem a capacidade para fazer isso, mas mesmo que a classificação não venha, isso não pode fazer com que o trabalho que o Sampaoli vem fazendo, vá por água a baixo. O Santos está com um estilo de jogo diferente e que os rivais já entenderam. Vendo o jogo, dá até a impressão de que o Corinthians "manjou" jogar contra o Santos, o que pode até ser compreensível, já que foi a terceira vez que os times se enfrentaram na temporada. Se o estilo de jogo e a formação tática do Santos estão "manjados" pelo Corinthians, não seria nenhum absurdo se o Sampaoli mudasse a formação tática ou o estilo de jogo para segunda-feira. 

FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 2 X 1 SANTOS

Data/Hora: 31/03/2019, às 16h (de Brasília)
Local: Arena Corinthians, em São Paulo (SP)
Gramado: Bom
Público/Renda: 39.919 pagantes/ R$ 2.467.185,50
Árbitro: Vinicius Araujo (SP) Nota L! 6,0: controlou bem o jogo e não influenciou no resultado. 
Assistentes: Anderson Coelho (SP) e Bruno Rizo (SP)
VAR: Rodrigo do Amaral (SP)
Cartões amarelos: Sornoza (COR); Vanderlei, Alison (SAN)
Cartão vermelho: Não houve

Gols: Manoel (1-0, 3’/1ºT), Derlis González (1-1, 7’/1ºT) e Clayson (2-1, 31’/1ºT)

CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Manoel, Henrique e Danilo Avelar; Ralf, Júnior Urso, Sornoza (Richard, 39’/2ºT) e Clayson (Mateus Vital, 41’/2ºT); Vagner Love (Pedrinho, 30’/2ºT) e Gustagol. 
Técnico: Fábio Carille.

SANTOS: Vanderlei; Victor Ferraz, Aguilar (Lucas Veríssimo, 49’/1ºT), Luiz Felipe e Felipe Jonatan; Alison, Diego Pituca, Carlos Sánchez (Soteldo, 27’/2ºT), Jean Mota e Cueva (Rodrygo, intervalo); Derlis González. 
Técnico: Jorge Sampaoli.


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