quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Análise: Santos (BRA) 0x1 Barcelona (EQU) - Conmebol Bridgestone Libertadores 2017 - Quartas de Final - Jogo de Volta

A cada início de temporada, os torcedores criam alguma expectativa para o time durante o ano, alguns esperam muito do time, outros nem tanto. Se em um ano, um time começou como 4° força e depois encantou o Brasil com o futebol arte e conquistando títulos importantes sendo um deles, a Copa do Brasil retornando ao torneio de clubes mais importante da América do Sul, que é a Copa Libertadores da América e se firmando como um dos times mais fortes do país. No ano seguinte volta a conquistar o torneio mais importante da América do Sul após 48 anos de espera e ganha o direito de disputar o título Mundial de Clubes, podendo se tornar o melhor time do mundo, ou chegar perto disso. Durante 5 anos, o desejo do torcedor santista em voltar a ver o Santos campeão da Libertadores continuava aumentando, até que esse sonho se tornou possível. Imaginem como seria se o Santos chegasse até a final de maneira invicta e conquistasse o tetra ? Imaginem se disputassem a final do Mundial de Clubes contra o melhor time do mundo na atualidade, nesse caso o Real Madrid e ser campeão, ou chegar perto disso ? Mas e se o Santos perdesse o jogo mais importante da temporada, perdesse o único jogo na Libertadores após estar invicto em toda a competição em casa e esse jogo é justamente o jogo que poderia ter definido a classificação para a semifinal da Libertadores ? Seria muito frustrante, não é ? Pois é. Foi exatamente isso o que aconteceu. Mesmo após ter empatado pelo placar de 1 a 1 no jogo de ida em Guayaquil -EQU e podendo empatar por 0 a 0 ou vencer por qualquer placar que se classificaria, o Santos foi eliminado pelo Barcelona (EQU) em plena Vila Belmiro pelo placar de 1 a 0 e deu adeus ao sonho do tetra. Foi a primeira e única derrota do Santos no torneio e além de ter acabado a invencibilidade no torneio, acabou também a invencibilidade de 33 anos sem perder para times estrangeiros na Vila Belmiro pela Libertadores. Naquela ocasião, o Peixe perdeu para o Deportivo Júnior - COL por 3 a 1 e fez sua pior campanha na Libertadores sendo eliminado na fase de grupos. 

PARTIDA

Estádio lotado, mais de 12 mil pessoas lotaram a Vila Belmiro na expectativa de ver o Santos novamente nas semifinais da Copa Libertadores da América após 5 anos sem disputá-la. Mesmo com dois desfalques importantes como o volante Renato e o meia Lucas Lima, jogadores extremamente importantes para o time; seja tecnicamente ou taticamente, o time conseguiria a classificação mesmo não jogando bonito, mas jogando na raça. Esse era o mínimo que o torcedor santista que foi a Vila Belmiro esperava.

Não apenas os torcedores que foram ao Estádio Urbano Caldeira, mas também a todos que acompanharam a partida, tanto pela TV, quanto pelo rádio e pela internet não só esperavam pela classificação, como também já davam como certa. O Santos iniciou o jogo com três alterações: o lateral-direito Daniel Guedes no lugar de Victor Ferraz, com dores nas costas, Leandro Donizete no lugar de Renato e Emiliano Vecchio no lugar de Lucas Lima. Ao decorrer da partida, percebemos que essa escalação: Vanderlei, Daniel Guedes, Lucas Veríssimo, David Braz e Zeca; Alison, Leandro Donizete e Vecchio; Copete, Ricardo Oliveira e Bruno Henrique (com exceção de Vanderlei e Daniel Guedes) não daria certo. O Santos esperava que o Barcelona (EQU) caísse em sua "armadilha": deixar o adversário ficar com a bola e tentar forçar o erro do adversário para encaixar o contra-ataque e fazer o gol assim como fez contra o Atlético-PR, pelas oitavas de final da competição, quando teve a vantagem no placar agregado. O mais curioso é que o único gol que o Santos fez no time equatoriano não foi em uma jogada de contra-ataque e sim de bola parada, com Lucas Lima, que se machucou na semana passada. Não apenas a única chance como também a melhor chance de gol do Santos no 1° tempo foi em uma cabeçada de David Braz que foi parar na trave. Enquanto isso o time equatoriano se aventurava no ataque e dava muito trabalho para Vanderlei, que com muito esforço, fazia o que podia para evitar o gol adversário e garantir a classificação santista. Oyola chutou muito forte, mas Vanderlei defendeu.

No segundo tempo não mudou muita coisa... O Barcelona equatoriano continuava pressionando como se estivesse jogando em casa e com mais intensidade, já que além de enfrentar o Santos, também teria que enfrentar o relógio, que até então era o aliado do time brasileiro. Bruno Henrique deu belo passe para Ricardo Oliveira no início da segunda etapa, mas o centroavante não chegou à tempo. Enquanto isso, os visitantes continuavam pressionando.Em busca de mais criatividade no meio-campo; com a entrada de Jean Motta no lugar de Vecchio, o Santos melhorou um pouco e o meia passou a tomar mais a iniciativa do que seu companheiro de partida que foi muito bem marcado durante toda a primeira etapa e estava sem ritmo de jogo após dois meses no Departamento Médico. Coincidência ou não, foi após essa substituição que o Barcelona equatoriano fez o gol após pressionar muito, pois do jeito que estava a partida, o gol do "Barça genérico" era apenas questão de tempo. Até que aos 22 minutos do 2° tempo, Castillo cruza para Alvez cabecear para o gol em posição legal, aproveitando o buraco deixado pela defesa santista para abrir o placar. Logo depois, Alvez deu uma cotovelada em Alison e foi expulso e o Santos teve apenas uma vantagem a partir desse momento que era a vantagem numérica e em função disso, Levir Culpi partiu para a "tática suicida", o 4-2-4 substituindo Leandro Donizete por Kayke. Mas não surtiu efeito; e logo depois no desespero, na expectativa por uma bola alçada na área, Levir coloca Fabián Noguera no lugar de Alison, mas o Santos ainda perderia Bruno Henrique após se envolver em confusão com Damián Díaz, é expulso por ter cuspido no adversário. O Santos quase empatou a partida após cruzamento na área; Banguera tenta cortar, mas não deu certo, por um triz Lucas Veríssimo não consegue encontrar a bola para chutar para o gol e o goleiro conseguiu evitar o gol de empate que levaria a decisão para os pênaltis. Placar final: Santos 0x1 Barcelona (EQU). O próximo compromisso da equipe santista será no próximo sábado (23/09) na Vila Belmiro, contra o Atlético-PR, ás 21:00 (horário de Brasília), pelo Campeonato Brasileiro.

Em um contexto geral, pelo time que Santos tem: apenas titular e não reserva, sem peças de reposição à altura para substituir Lucas Lima, Bruno Henrique, Renato, etc; desempenho abaixo do esperado, eu diria que o Santos foi longe demais nessa Libertadores. Poderia ter se classificado para a semifinal se fosse um time mais ambicioso e mais sortudo. Poderia ter sido tricampeão paulista, estar na final da Copa do Brasil e na semifinal da Libertadores se tivesse um elenco mais forte, mais entrosado, mais competitivo, mais raçudo, mais técnico, e principalmente mais sortudo e mais ambicioso. O Santos poderia conquistar todas as competições que disputou nessa temporada, mas se não conquistou, é porque não quis tentar. Se voltássemos no tempo, mais exatamente na década de 1960, perceberíamos que o Santos não apenas tinha um ELENCO FORTE, TÉCNICO, EFICIENTE E RAÇUDO, mas também era um time muito AMBICIOSO. Como é possível que um único time que foi capaz de conquistar em um só ano: Campeonato Paulista, Campeonato Brasileiro, Copa Libetadores e Mundial Interclubes em um só ano não conseguir mais do que três conquistas em um só ano ? Falta de ELENCO ? Talvez, mas na realidade é por FALTA DE AMBIÇÃO. Time sem ambição não GANHA NADA ! Nem par ou ímpar; nem no pembolim; nem no futebol de botão; nem no videogame (PlayStation 4/3 ou Xbox One/360, tanto faz) e nem no Fliperama. Não vai conseguir. Diferente de 2010 e 2011 quando o Santos esteve perto de conquistar três títulos, o Santos deixou de ser um time ambicioso como todo o torcedor santista é; desde a comissão técnica até a diretoria do clube. De todas as contratações feitas na temporada, apenas a contratação de Bruno Henrique deu resultado. Nomes como Leandro Donizete, Thiago Ribeiro entre outros além do Presidente Modesto Roma Jr não merecem estar no Glorioso Santos Futebol Clube. Levir Culpi também tem sua parcela de culpa, mas o que ele poderia fazer, pois já não poderia contar com Renato e Lucas Lima, não tinha UM SUBSTITUTO A ALTURA no banco de reservas. Se Levir fosse mais ambicioso, ele não jogaria pelo regulamento, nesse caso pelo empate sem gols que classificaria o Santos, ele jogaria para vencer e teria escalado Jean Motta na vaga de Lucas Lima e Vecchio na vaga de Renato, pois assim o time teria mais dinâmica no meio-campo, que até agora é o setor mais crítico na temporada, junto com a defesa que não consegue criar uma linha de impedimento. A atitude do Bruno Henrique no final do jogo foi uma palhaçada; é inadmissível um jogador que com certeza não custou nada barato aos cofres do clube, que está fazendo uma ótima temporada pelo Santos não poderia ter feito aquilo. Ele poderia não estar fazendo uma boa partida, poderia estar sendo bem marcado, mas ele conseguiu ser expulso no momento da partida em que o Santos mais precisava dele por causa de uma infantilidade. O Santos precisa de inovação, precisa ser mais ambicioso pois sem isso não ganhará P*##@ nenhuma !

Há quem diga que Levir tenha que sair e o Elano assumir até o final da temporada e que o time deveria dar uma chance a Fernando Diniz, técnico do Audax, mas será que ele aguentaria a pressão de treinar um clube gigante como o Santos ? Não sei dizer, mas eu acho que demitir o Levir logo após a eliminação na Libertadores seria precipitado demais e além disso em três meses perdeu apenas três jogos e matematicamente falando o Santos ainda pode brigar pelo título brasileiro. Não estou botando fé no título brasileiro e muito menos descartando, apenas relembrando e ainda sim é possível se classificar para a Libertadores 2018. Se isso acontecer e a próxima diretoria que assumir o clube após as eleições de Dezembro (só espero que Modesto não seja reeleito) tem que ter uma postura diferente, tem que ser mais ousada, mais objetiva e principalmente, mais AMBICIOSA ! Realmente não dá para explicar a eliminação do Santos, ou melhor ... a classificação do Barcelona (EQU) para a semifinal da Conmebol Bridgestone Libertadores; o Santos não jogou absolutamente nada, ao contrário do time equatoriano que pressionou mais e diferente do Atlético-PR, teve mais sorte e conseguiu buscar o seu gol no momento em que mais precisava. Depois de sofrer o gol, o Santos ficou muito abalado psicologicamente e não teve mais forças para reagir. Parece que estamos voltando para 2015, quando o Santos escolheu a Copa do Brasil ao Brasileirão e ficou sem a vaga na Libertadores pelas duas competições e se continuar jogando do jeito que está via ficar fora do G-6; só espero que eu esteja enganado; só espero que o Santos se classifique e queime a minha língua depois disso, mas a situação é muito complicada. Os torcedores santistas que foram para a Vila Belmiro fizeram o que os jogadores não fizeram:cumpriram o seu papel. Mas se os jogadores não cumprirem o papel deles, não será algo absurdo a Vila Belmiro receber jogos para menos de 5 mil ou 6 mil pessoas. 

Essa análise não é apenas a análise de mais um jogo do Santos na temporada 2017, mas também uma reflexão de tudo o que aconteceu na temporada, de tudo o que aconteceu na competição, que até agora estava indo bem e que teve o azar de cair da pior forma possível: em casa e perdendo a invencibilidade, pois era o único time invicto na competição; é refletir o que poderia ter sido feito para evitar mais uma eliminação em mais um mata-mata na temporada e o que a próxima diretoria que assumir poderá fazer para evitar que momentos desagradáveis como esses aconteçam. É muito doloroso para quem sonhava em ir assistir uma final de Libertadores pela 1° vez na vida, pois não conseguiu ir em 2011 e pode não ir mais (que é o meu caso), já que a proposta da disputa da final da Libertadores em jogo único em campo neutro nas próximas edições ainda está de pé (falarei mais sobre isso durante a próxima semana). De todas as eliminações do Santos que eu vi desde que passei a acompanhar futebol, essa foi a mais vergonhosa, não pelo resultado do jogo, mas pelo desempenho do time na partida. Certamente os torcedores não mereciam ver o que viram; essa eliminação foi totalmente diferente na eliminação da Copa do Brasil para o Flamengo, quando naquele jogo não faltou vontade, não faltou raça e o time passou perto de se classificar e teve uma atuação digna de aplausos. Se não conseguir ganhar jogos e títulos jogando um futebol bonito, que vença na raça. Mas não é uma eliminação que nos deixará de apoiar o Santos, pois é o nosso motivo de todo o nosso riso, de nossas lágrimas e emoções, nascer viver e no Santos morrer é um orgulho que nem todos podem ter ...




SEJA QUAL FOR A SUA SORTE
DE VENCIDO OU VENCDOR

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